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segunda-feira, 18 de julho de 2011

SÓ FALTAM TRÊS DIAS PARA O INÍCIO DO 2º TORNEIO ICLEIBER CALIFE!!

Olá pessoal!

Para quem não conhece o homenageado do 2º torneio Ecleiber Calife, que será realizado nos dias 21, 22, 23 e 24 de julho, passo a descrevê-lo por meio das palavras de MARCELO WANDERLEY BOUMAN, o qual discorreu da seguinte forma na abertura do 1º torneio Ecleyber Calife realizado em 2009:

"Gostaria de fazer uma dupla reverência nesta oportunidade: ao xadrez e ao nobre amigo Icleiber Calife Batista, falecido precocemente, em junho de 2007.

“O tempo foge inexorável”, já nos alertou Vírgilio, há quase dois mil anos. No xadrez como na vida, aproveitar melhor nosso tempo é um aprendizado precioso. Comparei, há quase uma década, o xadrez à corrida de velocidade para destacar dois momentos diferentes na vida. O primeiro é o momento da aquisição de habilidades e desenvolvimento de aptidões. Assim, com talento e trabalho, forma-se um bom corredor. Mas a corrida da vida não é de 100, 400, 800 metros. Nem se trata de uma maratona, onde a resistência vai sendo minada gradativamente. Está mais próxima de uma corrida de revezamento. Logo, uma nova tarefa precisa ser exercitada: passar o bastão para o outro corredor. Neste segundo momento, é preciso olhar para o outro; transferir aquilo que foi guardado com todo cuidado para as mãos do próximo; sair do centro da cena; confiar e torcer. Há mestres na arte de correr, mas que ainda não se iniciaram nesta nobre arte de passar o bastão. É preciso semear o saber e a experiência acumulada nos campos ainda verdes da juventude. O tempo passa e a sucessão de gerações é a lei. E, talvez, o xadrez seja o jogo que mais privilegia o encontro entre as gerações.

Lembro com nostalgia das partidas disputadas com Dr.Luiz Tavares e Eduardo Asfora, para mencionar dois mestres do xadrez pernambucano. Também foi assim que, ainda adolescente, conheci Icleiber. O xadrez foi o primeiro elo compondo a sólida corrente de nossa amizade.Vale destacar a sua abertura para o novo, o seu relacionamento privilegiado com os jovens, fundamentado no respeito profundo pela pessoa humana, no cultivo da franqueza e transparência na comunicação e na participação afetiva incondicional na vida de seus amigos. Antes de mim, Roberto Antunes e Flávio Daher fizeram parte de sua família e estudaram sistematicamente os volumes de Roberto Grau, em reuniões sempre animadas.

Icleiber era médico, psiquiatra e psicanalista. Tinha muitos interesses, sendo os principais: o xadrez e a literatura. Membro da Sociedade Brasileira de Médicos Escritores (SOBRAMES), publicou, meses antes de sua morte, um livro de contos muito prestigiado. Foi por três vezes Presidente da Federação Pernambucana de Xadrez e era um autêntico amante do xadrez. Destaco, nesta ocasião, duas características singulares no seu contato com o xadrez: o senso de humor e o sentido da amizade. Estudioso da alma humana e sensível aos fatores extra-tabuleiro, Icleiber sempre tinha uma boa história para contar, com humor natural e contagiante. Foram realizados vários torneios da amizade no aconchego de sua casa no Espinheiro. Era um bom pretexto para encontros e conversas sobre assuntos os mais variados entre amigos de várias épocas”.

Para concluir, estamos reunidos hoje aqui, os amigos, os familiares e a comunidade enxadrística para a abertura de dois torneios, um deles valendo norma de mestre internacional, fato inaugural no nosso estado. Tenho convicção que Icleiber Calife estaria aqui entre nós, celebrando este importante acontecimento. Cultivar a sua memória é manter acesa a chama da amizade no xadrez e honrar o lema da FIDE: “gens una sumus”(“somos uma família”).



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